Que análise faz do mercado e da sua evolução, em particular na área do VCH?
Os bancários, com exceções, não têm formação adequada para a comercialização de seguros, nomeadamente VCH. Por outro lado, estão cingidos aos protocolos comerciais existentes. Só têm uma modalidade de seguro para vender, com uma única seguradora, logo não procuram a melhor oferta para o cliente. Se antes do Decreto-Lei 222/2009 os clientes eram “penalizados” no spread se retirassem os seguros do Banco, após o DL os Bancos passaram a dizer ao cliente que o beneficiam se adquirir os seguros nessa entidade.
Como avalia a necessidade de informação sobre este assunto, no que respeita ao cliente?
O conhecimento permite ao cliente poupar milhares de euros durante o prazo médio dos empréstimos habitação. Além disso, caso aconteça uma fatalidade, ter um bom seguro pode fazer a diferença entre ter cobertura ou estar excluído. Praticam-se verdadeiras atrocidades nos seguros de vida comercializados pelos Bancos: o BPI só comercializa IAD, o Bankinter vende o seguro a 50% do capital e ao dobro do preço, o seguro do Santander está repleto de exclusões… Os clientes adquirem estas apólices junto do Banco por desconhecimento e porque são iludidos por supostos benefícios na compra conjunta com o crédito.
Com que seguradoras e bancos trabalha?
Trabalhamos atualmente com seis seguradoras (Tranquilidade, Fidelidade, Liberty, Ageas, Aprile Real Vida) e um Banco (ActivoBank), o que nos permite a adequação do produto ao cliente.
Quais questões deve o consumidor considerar, quando negoceia um crédito habitação?
A maioria dos clientes olha só para o spread na escolha do crédito, mas as vendas “facultativas” associadas, o prazo (às vezes, reduzir cinco anos no prazo pode fazer uma grande diferença em termos de custos) e a modalidade de seguro de vida contratada são mais importantes.
Como se têm posicionado no mercado para responder às solicitações de ajuda dos clientes?
A VIVER SEGURO trabalha com clientes em todo país e fora dele e, como tal, desde sempre trabalhou as plataformas digitais. O tempo de confinamento apenas representou um desafio adicional ao nosso dia-a-dia. Neste momento de grande instabilidade temos tido particular atenção aos recibos dos clientes e aplicado a moratória nos seguros obrigatórios. Aproveitámos ainda que grande parte dos clientes se viu confinada em casa para ajudá-los a poupar mensalmente cerca de 50% no seguro de vida crédito habitação, ao transferir para nós.
