A Biodevices foi recentemente adquirida pelo grupo empresarial Dynasys S.A.. O que julga que poderá ter levado o grupo a enveredar pela área da saúde?
A aposta do grupo Dynasys na área da saúde resulta do franco desenvolvimento deste setor e do importante papel desempenhado pela inovação e tecnologia na criação de soluções inovadoras para a melhoria dos serviços e cuidados de saúde, tanto do ponto de vista clínico, como do paciente e das próprias organizações.
Relativamente ao vosso posicionamento no mercado, quais os últimos projetos dos quais nos pode dar conhecimento?
Dos projetos mais recentes destaco o que resulta da integração da Dynasys no consórcio TEXP@CT – Pacto de Inovação para a Digitalização da Indústria Têxtil e do Vestuário, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). O nosso projeto consiste no desenvolvimento de um wearable e de uma plataforma que permitirá que os doentes tenham as suas sessões de reabilitação cardíaca ( R C ) à distância, mas sempre com acompanhamento clínico e monitorização da sua evolução. O consórcio TEXP@CT é liderado pela IMPETUS e conta com a participação de mais de 30 empresas e entidades, entre as quais CITEVE, INESC TEC, CENTI e NOS.
Os “wearables” podem ajudar a monitorizar a saúde de quem os utiliza sem que, para isso, a pessoa tenha de estar num hospital. Quais as áreas da Saúde onde estes dispositivos podem verdadeiramente fazer a diferença na vida das pessoas? Que exemplos tem o vosso grupo de “wearables” que possa salientar?
A inovação tem marcado a diferença na Saúde, onde os wearables desempenham um importante papel, tanto pela comodidade, como pela possibilidade de diagnóstico e monitorização rigorosas à distância. A cardiologia é uma área de excelência para o uso destes dispositivos, pois permitem ao clínico diagnosticar, com rigor e em
tempo real, o estado do utilizador e a este manter as suas rotinas diárias. No grupo Dynasys, através da
Biodevices, empresa especializada na área da saúde, dispomos de várias soluções para cardiologia que espelham a eficácia e benefícios dos wearables. É exemplo o VitalJacket Holter – um monitor cardíaco incorporado numa t-shirt. Mais recentes, e com base nas necessidades provocadas pela pandemia, temos o VitalProvid, na área de Covid-19, e o serviço de telemonitorização dos doentes de RC, que resultará da nossa participação no Consórcio
TEXP@CT.
A telemedicina é outro passo muito importante no acompanhamento constante dos doentes, permitindo simultaneamente não ocupar camas hospitalares. Além destas vantagens descritas, que outras mais-valias poderão existir?
Aumento do acesso aos cuidados de saúde, otimização do tempo, redução de custos em saúde e uma maior facilidade na comunicação entre médico e paciente são algumas das vantagens que a telemedicina oferece. Naturalmente que é necessário investir-se em tecnologia, em formação e em literacia pedagógica sobre esta nova forma de exercer medicina e de ser assistido por ela.
Quão importante será o PRR para impulsionar ainda mais esta aposta nas tecnologias de informação aplicáveis à Saúde e na forma como tal pode revolucionar os cuidados médicos, bem como a eficiência das infraestruturas hospitalares?
O PRR é fundamental para a inovação tecnológica aplicada à saúde, pois permite o desenvolvimento de projetos que vão trazer melhorias muito significativas: do diagnóstico ao tratamento, da otimização de recursos à redução de custos. Se há uns anos era inimaginável ter a possibilidade de acompanhar um paciente com doença cardíaca à distância, hoje é possível vestir uma t-shirt e realizar um exame ao coração. Amanhã, o binómio inovação/tecnologia trará ainda mais casos concretos de soluções diferenciadoras, como a que vai resultar do TEXP@CT.
Como se preparam as empresas do grupo para 2023, no que concerne ao investimento em Inovação e Tecnologia?
Preparamo-nos com investigação, atenção e auscultação permanente ao mercado e através da criação de parcerias estratégicas, que potenciam o crescimento em inovação e tecnologia, a par da contratação de mais profissionais qualificados, sem os quais não é possível transformar ideias em produtos e serviços inovadores.