“A eficiência térmica não depende da gama dos equipamentos”

A Bronzimática dedica a sua atividade à comercialização e instalação de equipamentos de refrigeração e climatização. Wagner Santos, o gerente da empresa, explica que desde 2021 que os stocks de equipamentos e peças são geridos de forma diferente, o que tem sempre permitido cumprir os prazos com os clientes. Ainda assim, assume que se o crescimento continuar, ver-se-á obrigado a definir uma área de especialização para a empresa.

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Tendo em conta a questão energética, cujo aumento foi significativo, tal refletiu-se na procura de equipamentos mais económicos?

Sim, houve procura, e temos clientes que perguntam regularmente pela classe energética dos equipamentos, o que indica o cuidado no investimento e a preocupação na aquisição. Por outro lado, também temos tido um aumento da procura da “gama de entrada” dos equipamentos. O preço desta gama é uma ajuda para tentar colmatar a diminuição do poder de compra. Os clientes passaram a restringir-se à função desempenhada
pelo equipamento. Importa realçar, porém, que os equipamentos de “gama de entrada” já apresentam bastante qualidade no que respeita à eficiência energética. Quase todos eles já têm categorias A e A+ (note-se que, para que uma instalação seja eficiente, ela depende de fatores que se interligam, tais como os materiais empregues, que contribuem para a eficiência térmica, e do equipamento implementado, que assegura a eficiência energética). Claro que uma gama superior pode ser um pouco mais eficiente, mas o preço mais elevado
deve-se sobretudo a outros atributos, como o design.

Considerando os desafios que a guerra na Ucrânia e a anterior pandemia colocam, no que respeita à escassez de peças e componentes, a Bronzimática ressentiu-se de um problema semelhante?

A questão do aumento do custo e tempo de entrega das mercadorias sentiu-se em 2021. Com isto presente, passámos a olhar para o stock sob o ponto de vista do tempo de entrega e não tanto pela rotação do mesmo. Essa decisão manteve-se até fevereiro de 2022, quando se iniciou a guerra na Ucrânia. Isso levou à subida dos preços da energia. A partir daí, utilizámos a cautela, a negociação de prazos e a reformulação de planos de execução, de forma a cumprir o nosso propósito de fornecer, instalar e manter equipamentos térmicos para
obtenção de temperatura definida em espaços de conservação de alimentos ou conforto humano.

De que gamas dispõem, considerando que trabalham para clientes nos setores doméstico, empresarial e institucional?

As gamas para o setor doméstico oscilam entre o ar condicionado e as águas quentes sanitárias; nas empresas, as gamas passam pela refrigeração para conservação de produtos alimentares para processos de confeção e distribuição ao consumo; na climatização (e coloco aqui também a ventilação, que é uma área que está a começar a ter alguma expressão), as gamas são para espaços comerciais industriais, como a ventilação em clínicas ou espaços de confeção de comida com ambiente controlado. A ventilação está a aumentar, provavelmente ainda como consequência da pandemia. Trabalhamos agora com um novo tipo de consumidor, que tem algumas especificações, às quais procuramos dar resposta.

Aquando da nossa última entrevista, frisou que havia a necessidade de crescer, por parte da Bronzimática, sobretudo no que concerne à equipa. Tal já aconteceu?

Considerando que aumentámos a oferta de serviços e o leque de clientes, a estrutura teve de crescer. Contudo, a refrigeração tem tendência para absorver os recursos quase todos da empresa – provavelmente devido ao meu foco nesta área, já que é um negócio de família, e desde sempre me recordo de conviver com equipamentos de
refrigeração. Esta questão resolve-se delegando a gestão destes artigos e criando departamentos que os possam expandir. Eu estou agora a aprender a delegar e está a ser uma experiência positiva. No entanto, se continuarmos a crescer, iremos ter de analisar bem os serviços que prestamos e, eventualmente, tornarmo-nos especialistas em refrigeração, que é a área mais representativa na nossa faturação (cerca de 80%).

Enquanto empresário, como antecipa que 2023 se revele, para os objetivos da Bronzimática?

O nosso objetivo é sempre crescer. Pretendemos gerir o número de trabalhos a executar de modo a que as nossas metas sejam atingidas. Fala-se em recessão, mas vamos procurar alternativas e soluções, de modo a conseguirmos manter o que temos definido.