Sustentabilidade e inovação são duas palavras que são muito utilizadas em todas as áreas de atividade. No imobiliário não é diferente. Como se traduzem estas palavras no dia a dia do setor imobiliário?
O mercado imobiliário é um “negócio de pessoas para pessoas”, e estas exigem soluções personalizadas às necessidades de cada um. No âmbito imobiliário, vejo a sustentabilidade, felizmente, como uma preocupação com o meio ambiente e acima de tudo, com o sentido de algo que é fundamental, como a eficiência cada vez maior
no uso dos nossos recursos na construção, principalmente no planeamento urbano, ao nível da eficiência energética, na sustentabilidade dos edifícios e, genericamente, numa maior preocupação pelo bem-estar da sociedade. Pelo nível de conhecimento que temos do mercado, do terreno onde atuamos e pelo que conhecemos das necessidades que sabemos diretamente das pessoas, somos, com certeza, uma mais-valia para os promotores, construtores e arquitetos que pretendam hoje um imobiliário mais sustentável. Inovar permite a diferenciação competitiva de cada um de nós, enquanto profissionais deste setor, e representa para mim a chave para simplificar os processos, precisamente porque hoje os clientes procuram soluções. E é esse o papel do consultor imobiliário. Precisamos de estar em constante evolução, e é preciso adaptarmo-nos permanentemente às mudanças e estar sempre atualizados. Só assim é que aumentamos a eficiência, somos competitivos e acrescentamos valor ao cliente.
Como caracteriza o mercado imobiliário nacional no que respeita a esta evolução?
Eu diria que estamos no caminho certo. Os benefícios que o serviço Casa Pronta nos trouxe, a rápida extração online dos documentos oficiais, o protocolo APB entre os bancos, entre outros procedimentos processuais implementados têm-nos permitido realizar as escrituras nos tempos médios acordados entre os compradores e vendedores. Vejo que estamos em linha com os grandes mercados internacionais e estou otimista com a introdução da IA que vai melhorar e tornar mais rápido e eficiente o tratamento de dados dos clientes e dos imóveis. Sendo eu um consultor da RE/MAX, e sendo esta uma marca líder no mercado nacional, posso afirmar sem qualquer presunção que Portugal tem dos melhores profissionais a trabalhar o setor imobiliário. Não é à toa
que fomos destacados recentemente na Convenção Europeia em que participei, em Valência, como “Região da Década”, e temos entre nós várias agências que se destacam como as melhores a operar na Europa. Temos tido, por diversos anos, os Melhores Agentes do Mundo (exceto EUA e Canadá). Ora isto só pode ser possível num
mercado que permita e tenha dinamismo suficiente para que estas performances possam acontecer. O que distingue o mercado nacional dos outros mercados é apenas a escala, a dimensão, de resto temos tudo para estar ao nível dos melhores.
Como aplica a equipa Vítor Freitas estes conceitos no dia a dia laboral?
Os clientes querem soluções, e a nós cabe-nos a função de encontrar o caminho que conduza à superação das expectativas e aos resultados esperados. Hoje, a equipa Vítor Freitas é uma referência na zona metropolitana de Lisboa, onde o resultado das mais de 800 transações que já realizámos ao longo de quase 10 anos, com mais de 50 milhões de euros faturados, criaram experiências nos nossos clientes que os transformaram em “agentes de publicidade” do nosso trabalho. Ter grande parte destes clientes a referenciar-nos é a melhor carta de apresentação que podemos ter. Relação, confiança, propósito e atitude, são valores comportamentais que a Equipa Vítor Freitas aplica diariamente no seu dia a dia. Mas, para que tudo isto aconteça, há que estar preparados, e
é impossível se não nos adaptarmos, se não evoluirmos e se não estivermos permanentemente a inovar, caso contrário, perdemos o rumo.
“É importante ressalvar que temos de usar a IA em benefício de uma experiência que simplifique e beneficie o cliente”.
A inovação, no mercado imobiliário, chegou através da tecnologia. Como caracteriza a forma como, hoje, é possível prestar um serviço mais fácil e simples aos clientes?
No meu ponto de vista, a inovação no mercado imobiliário começou em 2016, com o Programa Casa Pronta. Foi algo que veio simplificar e agilizar o que até então era muito mais demorado e burocrático. Depois, com o COVID, em 2020, por força das circunstâncias, evoluímos para níveis ainda mais avançados, principalmente ao nível do digital e do virtual, onde a simplificação de métodos digitais permitiram perceber o quanto seria possível tornar mais fáceis e eficientes determinados procedimentos que antes eram impensáveis. Assinar digitalmente um contrato, extrair via online um simples assento de nascimento ou casamento, ou uma certidão do registo predial ou comercial…atos que hoje são possíveis em minutos ou de um dia para o outro e simplificam a vida de todos nós.
Que ferramentas existem, quer para clientes, quer para consultores, que permitem simplificar o processo da compra de casa?
Eu colocaria a questão de outra forma. Primeiro de tudo, para simplificar o processo de comprar ou vender ou arrendar uma casa, eu aconselho o cliente a procurar um profissional. Um consultor imobiliário saberá fazer uso das ferramentas disponíveis para tornar o processo mais simples, baseado no nível de inovação que consegue implementar e destacar-se perante a concorrência. É que não se trata apenas de uma questão de ferramentas. Há que aplicar um modelo de trabalho, implementar um planeamento, há que analisar os desvios e há que apurar os resultados. Com base em tudo isto, o processo torna-se simples.
“Hoje, a equipa Vítor Freitas é uma referência na zona metropolitana de Lisboa”.
Parece-lhe que, por exemplo, a inteligência artificial poderá ser utilizada, no futuro, para continuar a simplificar a experiência de quem quer comprar casa?
Sim. Destaco particularmente o facto de que com a IA nós conseguimos identificar e segmentar o público-alvo que queremos atingir. No fundo, perante as características dos imóveis que temos em carteira, conseguimos, com a IA, direcionar estratégias de marketing de modo que os clientes com um determinado perfil possam ter acesso à informação específica sobre esses imóveis. Há também assistência na comunicação, os chatbots, onde são articuladas conversações diretas com os compradores e agendadas visitas. É importante ressalvar que temos de usar a IA em benefício de uma experiência que simplifique e beneficie o cliente. Não nos podemos esquecer que, na nossa atividade, a base do negócio é a relação pessoal com o cliente e isso, apesar de toda a tecnologia, nunca vai mudar.
Que balanço faz deste ano de 2024, das dificuldades que existem no mercado imobiliário? E o que espera para 2025?
Este ano, já ultrapassámos o número de transações que efetuámos no ano passado, com mais de 50, e contamos ultrapassar os cinco milhões de euros em volume de negócios até final do ano. Acredito que 2025 será um ano desafiante para todos. Portugal continua a ser um país atrativo para investidores estrangeiros e, enquanto isso acontecer, é bom para o setor e para a economia do nosso país. Por um lado isso fomenta a procura, mas por outro sabemos que isso tem o reverso da medalha, com o impacto nos preços dos imóveis, pois quem acaba por pagar a fatura, na realidade, são os portugueses, que representam a maior fatia de quem compra.
Em 2025 teremos mais oferta de imóveis novos, mas não consigo prever qual o impacto que isso possa provocar no mercado. Acredito que haja uma diminuição do número de transações e ajustamento dos valores. Mas o setor imobiliário tem uma dinâmica constante e cabe-nos a nós, consultores, intermediar, promover e prestar um serviço que ajude os clientes, independente do cenário que existir. Da equipa Vítor Freitas, há algo que é certo, podem
sempre contar connosco!