A qualidade dos arquitetos nacionais ao serviço de projetos no Médio Oriente

A BIM+A é especialista em serviços de Arquitetura, e desenvolve atividade exclusivamente no Médio Oriente. A arquiteta Joana Torres salienta a diferença existente nos mercados nacional e do Médio Oriente relativamente ao tempo de realização de um projeto e à importância que a sustentabilidade tem nos projetos desta região.

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Como se deu a exportação do trabalho da BIM+A para o Médio Oriente? O que se destacou, no vosso trabalho, que captou o olhar e o interesse das empresas da região?

Na verdade, a transição foi inversa. Vim para o Dubai em 2013 e continuo aqui. Trabalhei oito anos em escritórios
de arquitetura globais e, nesse período, identifiquei uma grande oportunidade para criar um modelo de outsourcing competitivo na execução de projetos de Arquitetura, tirando partido da qualidade técnica dos arquitetos em Portugal. A BIM+A nasceu dessa visão.

A BIM+A apresenta um nome curioso. A que se atribui o “+A”? Como caracteriza a empresa, no que respeita ao que a destaca dos restantes players do setor?

A BIM+A é uma empresa especializada na execução de serviços de arquitetura para projetos no Médio Oriente. O “+A” destaca o facto de todos sermos arquitetos. Atuamos como uma extensão dos escritórios dos nossos clientes, acompanhando os projetos desde o conceito até à entrega da obra concluída. O nosso valor assenta no conhecimento dos regulamentos locais, na experiência a entregar projetos complexos e nas competências com
ferramentas BIM.

Como caracteriza o mercado do Médio Oriente, no que respeita aos projetos realizados e ao estilo arquitetónico dos mesmos?

O Médio Oriente, especialmente os EAU e a Arábia Saudita, é conhecido por projetos de grande escala e complexidade, com prazos curtos e uma forte aposta na inovação. A Arquitetura da região encontrou um equilíbrio entre os estilos tradicionais e soluções modernas e arrojadas. Sendo um mercado com um poder económico extraordinário, há uma grande abertura para soluções construtivas inovadoras e sustentáveis.

O que mais vos desafia, ao trabalhar para um mercado completamente distinto do nacional?

O fator tempo. Enquanto em Portugal um projeto pode demorar mais de um ano do pré-conceito até à execução, no Médio Oriente esse processo ocorre em apenas cinco a seis meses. Isso exige uma abordagem extremamente eficiente, eliminando desperdícios e otimizando os desenhos com ferramentas BIM. Outro desafio é a comunicação e a linguagem. A interação online entre pessoas de diferentes línguas e culturas pode ser complexa. Embora os portugueses tenham um bom nível de inglês, o vocabulário técnico é uma dificuldade inicial.

Que impacto tem a tecnologia BIM no desenvolvimento destes projetos?

O BIM, especialmente o Revit, é essencial. Todos os projetos na região são desenvolvidos em BIM, com entregas digitais e modelos 3D coordenados. Estes softwares permitem um trabalho colaborativo, a antecipação de problemas e uma maior precisão em todas as fases do projeto. Só assim conseguimos cumprir os prazos exigentes
e gerir a complexidade dos projetos.

http://www.bimplusa.com