Como se foi desenvolvendo a empresa, até chegar ao momento presente, onde já conta inclusivamente com presenças internacionais?
A empresa deu os seus primeiros passos em Portugal e com a experiência do meu pai, o engenheiro Ramos Ferreira. Sempre procurámos criar valor e transferir competências nos dois
sentidos por todos os locais onde fizemos a história. As estratégias eram definidas por triénios e assim fomos diversificando em geografias e em áreas de negócio. Entrámos em Marrocos e
juntámos à família uma nova cultura, em Moçambique e em Angola com uma diversidade de raças e religiões, Argélia, Gana, S. Tomé e Príncipe. Recentemente, orientámos a nossa expansão também no mercado europeu, onde à data temos já obras emblemáticas concluídas e em execução em outros tantos países, França, Bélgica, Reino Unido e Dinamarca, sendo estes últimos dois os nossos principais mercados aos dias de hoje.
As novas tecnologias são fundamentais para uma boa gestão dos edifícios e das infraestruturas, daí o aumento dos “smart buildings”. Como se posiciona o Grupo Ramos Ferreira no mercado, no que respeita ao conhecimento e utilização destas tecnologias para uma garantia de um trabalho ainda com mais qualidade?
O Grupo tem diversas competências nestas áreas e com especial reforço nos temas de edifícios sustentáveis. Temos uma equipa de engenharia denominada “TERRA – RF”, que trabalha no desenvolvimento e implementação de soluções com recursos a energias renováveis e aproveitamentos de recursos. Uma preocupação no ciclo de vida e na economia circular. Temos tido a felicidade de ter clientes e projetos onde essa é também uma prioridade, o que nos tem permitido explorar e aplicar as mais modernas tecnologias de gestão integrada de edifícios, onde conseguimos dar aos nossos clientes uma solução global de gestão, monitorização e controlo integrado dos seus sistemas instalados.
Para uma empresa especialista em instalações especiais, a mão de obra e a sua respetiva qualificação é fundamental. É possível encontrar este tipo de recursos humanos com facilidade ou torna-se cada vez mais complicado?
Temos uma Europa com uma escassez de mão de obra muito elevada. A solução passa por continuar a apostar na formação, olhar para as mulheres e acreditar que elas também podem ser técnicas e estarem a atuar neste ambiente mais inóspito, mas extremamente enriquecedor. E olhar para outros continentes, como é o caso de África, onde existe abundância de mão de obra e basta acreditar e ter vontade de a qualificar.
O Grupo Ramos Ferreira já está presente internacionalmente, através de alguns projetos que já desenvolveu no continente europeu. Quais gostaria particularmente de destacar?
Destacaria talvez o projeto no Reino Unido, mais propriamente em Belfast, na Irlanda do Norte, onde iremos inaugurar já este ano a nova Universidade de Ulster, um edifício icónico e de uma complexidade técnica desafiante e que muito nos orgulha ter conseguido concluir com
sucesso. Estamos a falar de um contrato que ascendeu os 20 milhões de euros, tendo sido responsáveis por todas as áreas das instalações mecânicas. Na Dinamarca, estamos envolvidos em dois prestigiantes projetos. Um é o maior hospital em construção na
Dinamarca, na região de Odense. Outro é a obra da extensão do metro de Copenhaga, que inclui as instalações elétricas de cinco novas estações e mais de 10 km de túneis subterrâneos, numa área muito especifica, com níveis de qualidade e exigência com os
quais nos identificamos.
Metro de Copenhaga, Dinamarca New Odense Hospital, Dinamarca Universidade de Ulster, Belfast, Reino Unido
Numa empresa com mais de quatro décadas de existência, como se avalia e perspetiva o futuro, tendo em consideração a conjuntura atual?
Sempre com energia, com amor e respeito pelo próximo. Com uma busca constante de inovar e de partilhar o conhecimento com todos. Temos uma responsabilidade acrescida pela idade,
que nos confere mais competências, e pela diversificação geográfica, em continentes tão diferentes, mas ao mesmo tempo tão complementares. Vamos focar-nos no nosso compromisso ODS Ramos Ferreira e contribuir para um mundo melhor para as gerações
futuras.