Enquanto profissional e líder, que responsabilidade sente naquilo que é (e se vai tornando) quer a GAVINHO Group, quer a THE ADDRESS?
Num mundo pós-Covid e num momento paradigmático de mudança global, o sentido da responsabilidade na continuidade e na sustentabilidade é inevitavelmente reforçado. Especialmente, quando os projetos empresariais de sucesso têm como premissa obrigatória manter ou melhorar o nível de serviços e criar mais valor junto dos parceiros, equipa e clientes.
Que características são cruciais para que uma liderança possa ser positiva e funcionar, na medida do crescimento e sucesso das empresas, bem como dos seus colaboradores?
Encaro a liderança como uma construção. A minha experiência diz-me que não tem uma forma estanque e que é uma constante descoberta. A amplitude da ação é enorme e diversa, como as pessoas. A procura de melhoria constante de competências só é possível em equipa. No entanto, duas das competências que comprovei serem
fundamentais são a clareza de espírito e o acreditar no processo, pois quando tudo muda, ou tudo fica incerto, há que manter a confiança na visão e no caminho a seguir.
Como conjuga a vida profissional com a familiar/social e mesmo pessoal? Qual a importância de um bom equilíbrio para a sua realização pessoal?
O equilíbrio é fundamental na vida, seja em que área for, no entanto eu não faço segmentação entre as várias vivências da minha vida. Integração e transparência são a minha forma de estar. Por esse motivo, não considero que trabalhe um só minuto, pois estou a viver o meu desígnio de vida na área profissional. A minha realização pessoal compõe-se de tudo o que tem valor para mim, o meu trabalho, as pessoas que amo, o pátio em frente ao nosso escritório, a minha equipa, as viagens… tudo.
Apesar de o setor da Arquitetura e Design de Interiores ter uma grande presença feminina, as mulheres têm, quase sempre, de lutar um pouco mais do que os homens para alcançarem o reconhecimento merecido. Alguma vez sentiu dificuldades específicas, vindas do facto de ser mulher?
Não concordo que este setor tenha uma grande presença feminina, a Arquitetura é na verdade um setor muito masculino. Senti as dificuldades inerentes a ser mulher numa sociedade normativa, penso que estamos todos sensibilizados para esta questão. No entanto, nunca fiz disso bandeira, ou permiti que o género determinasse o meu percurso de vida. Antes de ser mulher, sou uma pessoa, com um determinado valor e aporte agregador na minha área de atuação e na vida de todas as pessoas que escolhem trabalhar com a GAVINHO.
Enquanto CEO de uma empresa e Partner de um Grupo, como lhe parece que estes cargos de liderança podem contribuir, eles próprios, para a criação de políticas de paridade dentro das empresas? Como avalia a importância que o mercado laboral já atribui a estas questões?
O que acho surpreendente é discutir questões de paridade em 2023. Este tema debatido há séculos, já deveria estar extinto. Infelizmente, essa necessidade da classificação de género no universo profissional ainda é mandatória. A paridade efetiva nas empresas é fundamental e só será alcançável se houver uma real e definitiva normalização desta questão. Na nossa estrutura empresarial, esta questão nem se coloca. Não avaliamos a nossa
equipa pelo género.
A GAVINHO Group
A GAVINHO Group congrega várias valências, o que lhe permite oferecer serviços muito completos ao cliente final. Como caracterizaria o serviço que prestam?
Na GAVINHO desenhamos edifícios, interiores, paisagens com um foco que vai muito além da aparência das coisas, priorizando o que as pessoas sentem nos nossos ambientes. Seja o desenho de um edifício, um quarteirão ou pensar um espaço interior, nunca aplicamos a mesma fórmula. Procuramos criar ambientes confortáveis que vão ao encontro do estilo de vida e personalidade de quem vai habitar aquele espaço. A GAVINHO desenvolve produtos de assinatura, sendo reconhecida por pensar e implementar ideias inovadoras para residências particulares, empreendimentos e ambientes corporativos. Empresa familiar na sua essência, a GAVINHO consolidou-se como uma marca de confiança e respeito no mercado da Arquitetura, Design e
Incorporações Imobiliárias. Os nossos valores fundamentais permanecem os mesmos, sempre entregando resultados de design que promovem um sentimento de pertença.
A GAVINHO Group foi recentemente distinguida com o prémio Corporate Social Responsability Awards 2022. Qual a importância desta distinção, quer para a empresa, quer para o mercado?
O reconhecimento genuíno do nosso projeto é sempre importante. Este prémio reflete o nosso compromisso, a nossa cultura e modo de estar. Ser uma referência nesta categoria, receber o reconhecimento internacional e
representar Portugal pelas melhores práticas traz-nos uma enorme satisfação.
Considerando as novas políticas governamentais relativamente à habitação e ao investimento, como lhe parece que tal afetará o mercado imobiliário nacional?
O mercado é um espelho das políticas e das estratégias de desenvolvimento do Governo e os efeitos não se sentem só no setor imobiliário. Na verdade, a questão nem passa pelas novas políticas, uma vez que não existe
nada concretizado. O problema efetivo está na falta de definição e de esclarecimento das reais decisões para o funcionamento normal de todos os processos. A não definição cria mais problemas de fundo, transmitindo uma
ideia de falta de organização e de clareza. Isso cria nos intervenientes insegurança e uma contínua sensação de falta de coerência no planeamento das políticas de investimento do país.