Projeto Oeiras 34

“A Arquitetura é a arte do equilíbrio entre o desejado, o contexto e a funcionalidade da vida”. É o resultado disto que cria o projeto final?

Sem dúvida. Pessoalmente costumo dizer que resulta do sítio, do programa e do cliente, mas no fundo falamos do mesmo: o desejado (cliente), o contexto (sítio) e a funcionalidade (programa) têm que estar e ser trabalhados em constante equilíbrio.

Como definiria a Arquitetura que desenvolvem?

Na GV+A desenvolvemos uma Arquitetura feita à medida, pensada com critério e com escuta ativa. Cada projeto é único porque parte da visão do cliente, mas também do que ele ainda não sabe que procura. A nossa abordagem é
colaborativa — o cliente é parte do processo – e nós somos uma espécie de consultores.

Os materiais têm grandes implicações no resultado de um projeto? Em que medida?

Sem dúvida. Os materiais são a pele de um projeto — ditam a atmosfera, a experiência e a durabilidade. Na GV+A fazemos escolhas conscientes e coerentes: com o conceito, com o lugar e com a forma como o espaço será usado.
Há materiais que contam histórias, e para nós isso também é Arquitetura.

Quais os projetos que destacaria, que exemplificam o que falámos acima?

A Casa no Cercal é um exemplo claro de relação harmoniosa com a paisagem, onde a Arquitetura quase se dilui no lugar. O 1904 Benfica Hotel é um marco especial: um trabalho em que a memória e a história se cruzaram com a necessidade de renovação e visão de futuro.

A Arquitetura deveria ser pensada no contexto urbano em que se insere, bem como aspetos tais como a sustentabilidade?

Claro que sim. Na GV+A, acreditamos numa Arquitetura que respeita o que já existe e que contribui para o lugar onde se insere. Sustentabilidade, para nós, começa logo no conceito e atravessa todas as fases do projeto, com escolhas conscientes e soluções pensadas a longo prazo. Tem que haver integração e racionalidade.

Portugal tem bons representantes na Arquitetura. Esta é uma área cujos profissionais podem ser reconhecidos internacionalmente?

Sim, Portugal tem arquitetos de altíssimo gabarito. Na GV+A orgulhamo-nos de fazer parte desta nova geração que leva a Arquitetura portuguesa para fora de portas, com autenticidade, elegância e consistência. No entanto, sentimos que em Portugal a regulamentação é claramente excessiva, com mais de três mil regulamentos que se contradizem.