A GrossoRent iniciou a sua atividade em janeiro de 2014, completando este ano 11 anos de existência no mercado. Ao longo deste período, como evoluiu este setor?
Este setor tem sempre negócio, embora exista uma grande disputa de preços, porque há muita oferta online e as grandes empresas disputam esse território. Os grandes Brokers do setor apresentam preços muito baixos que levam o cliente a ser seduzido por um preço inicialmente baixo, mas que se revela cheio de “taxas” e “alíneas” que, se não foram lidas ou corretamente explicadas, pode ter preços mais altos ( extras). Nós não nos encontramos nesse mercado.
Essa concorrência pelos preços afeta-vos?
Afeta muito. Nesta altura do ano, os preços no Algarve e em Lisboa podem andar nos 10 euros/dia para alugar um carro. A nossa maior dificuldade é tentar fugir à baixa de preços, que vai sempre variando consoante a lei da oferta e da procura de clientes. O nosso objetivo, portanto, é posicionarmo-nos fora dessa guerra do preço dos alugueres. E depois conquistar clientes que já estão cansados ou que já foram prejudicados e optam por um valor final com tudo garantido, e que procuram um serviço simples e de proximidade, que executa o processo de forma transparente e disponível. Na GrossoRent, procuramos dar um preço único, com tudo incluído para o cliente.
Qual o nicho de mercado onde mais atuam?
Privilegiamos mais o corporate. Trabalhamos com empresas e lidamos com as diversas situações em que as empresas podem necessitar de veículos, seja para novos colaboradores, seja para fazerem entregas, ou apenas uma viagem isolada. Colocamos os carros à sua disposição quando necessário, e gerimos a frota de acordo com as necessidades dos Clientes/Empresas. Hoje, muitas empresas já não querem ter frota própria de viaturas e socorrem-se da frota na Grossorent Rent a Car.
“Apoio a ideia de estudarmos novas
soluções, novas variantes, mas não
podemos adotar ou nos imporem logo
as primeiras opções que surgem, sob
pena de estas não se adequarem aos
propósitos que temos de cumprir junto
dos clientes e prestar bom serviço”.
Esta atividade é “de pessoas para pessoas”, pelo que na GrossoRent consideram a proximidade um fator que vos diferencia. Em que é que a proximidade se reflete na forma de lidar com os clientes? Ter alguém que fale rapidamente ao telefone com o cliente e resolva o problema faz, hoje, a diferença?
Sim, faz muita diferença. Aqui não há um call center demorado, ninguém foge de nada. Há três ou quatro colaboradores que têm capacidade para resolver quase tudo: um problema no carro, as pessoas não estarem acostumadas aos sistemas novos dos veículos, sinistro, nós damos logo ajuda. Hoje há clientes que reclamam por desconhecimento ou outro tipo de imprevisto, como um furo, ou qualquer necessidade no carro. Fazemos questão de não perturbar os objetivos dos clientes, quando nos alugam as viaturas. Se o objetivo é fazer uma viagem pelo país,
queremos que eles sejam bem-sucedidos, por isso fazemos de tudo para que, mesmo com algum imprevisto, o cliente consiga cumprir o seu propósito. Ao ajudarmos de imediato é fundamental para a rapidez na resolução de
qualquer problema e um cliente satisfeito é a nossa melhor publicidade.

Que opinião tem sobre a Inteligência Artificial, e aquilo que esta ferramenta pode ajudar a resolver, no dia a dia laboral desta atividade? E relativamente à mobilidade verde, considera viável que as frotas de carros para alugar sejam elétricas?
Eu não sou contra tudo o que aparece novo, mas a inteligência artificial ainda não está totalmente regulamentada. Para tratar de alguns procedimentos, pode vir a ser interessante, mas prefiro esperar mais um pouco para ver como
tudo decorre. Atualmente, faço questão que, quando alguém vem alugar um carro, esteja sempre alguém nosso a entregar o carro, bem como a receber a viatura. Conforme falámos, privilegiamos o contacto direto e a honestidade. Quanto a carros elétricos, a meu ver, para as empresas de aluguer de viaturas não funcionam, na medida em que a maioria das pessoas que solicita o aluguer de uma viatura pretende viajar bastante com ela, e os carros elétricos obrigam a carregamentos que, em alguns casos, pode demorar até 12 horas. Já no caso dos híbridos, sim, aliás a maioria dos nossos carros são híbridos.
Apoio a ideia de estudarmos novas soluções, novas variantes, mas não podemos adotar ou nos imporem logo as primeiras opções que surgem, sob pena de estas não se adequarem aos propósitos que temos de cumprir junto dos
clientes e prestar bom serviço.

“A nossa maior dificuldade é tentar fugir à baixa de preços, que vai sempre variando consoante a lei da oferta e da
procura de clientes”.
Quais os maiores desafios que o setor atravessa, atualmente?
Um dos principais problemas é o estabelecimento de preços mínimos. Um carro de 18 ou 20 mil euros devia ter preços mínimos estabelecidos. Depois, o setor do Turismo devia passar para a pasta da Economia. O turismo faz mexer a economia de Portugal. E nós temos uma janela – uma varanda – para o Oceano Atlântico e devíamos aproveitá-la melhor, através de uma maior exploração dos terrenos do litoral e interior, com mais construção,
onde se poderiam instalar novas famílias que quisessem adotar Portugal para viver, pós-reforma e outros para criar família em segurança.

O crescimento faz parte do futuro da GrossoRent?
A GrossoRent cresceu todos os anos, entre os 7 e os 15%. No entanto, para mim o ideal é manter o negócio num nível em que eu consiga geri-lo diretamente, onde tenha sempre uma noção clara da minha frota e o controlo de reservas da forma a poder mantê-la e melhorá-la, bem como ao serviço que prestamos. A minha preocupação é ter boa rentabilidade com a frota que dispomos, durante o ano inteiro e poder renovar em pouco tempo.








