Que evolução aconteceu nesta área específica da Medicina Dentária, ao longo deste tempo?
Houve muita evolução. Desde o desenho dos implantes, aos protocolos cirúrgicos e à Imagiologia. Para o paciente, isso traduz-se em menor tempo de espera para ter os dentes finais instalados, intervenções mais rápidas e previsíveis, assim como menor desconforto pós-cirúrgico. Na nossa clínica cerca de 30% das intervenções acontecem na técnica Flap-less, sem que se faça qualquer corte na gengiva ou sejam necessárias suturas. Podemos ser muito mais exigentes quanto aos resultados estéticos e funcionais, não só pela evolução dos materiais e técnicas, mas pela capacidade que temos de planeamento virtual.

Como avalia a qualidade dos implantes dentários, atualmente?
Está bastante alta. Há 20 anos, o foco era diminuir o índice de rejeição dos implantes. Hoje, isso já é 98% certo. O foco das pesquisas atualmente está no resultado estético final ótimo, na digitalização dos processos e no maior conforto e rapidez para o paciente.
As pessoas sabem como cuidar de forma correta dos seus implantes ou muitos ainda não reconhecem a importância desse cuidado?
De modo geral, os pacientes valorizam os seus tratamentos, principalmente se envolveram a instalação de implantes dentários. Cumprem a rotina de manutenção proposta e têm cuidados de higiene adequados. Quando isso não acontece, o risco de problemas aumenta. Invisto na sensibilização para uma rotina de higiene adequada e para a necessidade de visitas de rotina, para avaliação de possíveis alterações quando essas ainda estão incipientes.
Apesar da situação de pandemia, as pessoas continuam a procurar os vossos serviços?
As pessoas continuam a procurar os nossos serviços. Durante a quarentena de março e abril estivemos encerrados, a atender somente casos de urgência. A partir de maio, fomos autorizados a abrir e seguimos todas as normas ditadas pela DGS e pela OMD. No início, foi stressante e cansativo, tanto para nós como para os pacientes. As máscaras especiais, os aventais, os cobre-sapatos, a medição da temperatura, bochechos especiais e toda a rotina em si implicou uma adaptação a uma nova realidade. Percebo que os pacientes se sentem seguros com as medidas de segurança que adotamos e têm vindo à clinica para os tratamentos necessários.
Como avalia a saúde oral da população portuguesa?
As gerações mais novas, que têm menos de 40 anos, já têm muito menos perda de dentes do que as gerações mais velhas. Significa que a prevenção está a funcionar melhor, que já há mais cuidado, mais higiene na infância e juventude e que isso está já a diminuir a necessidade de grandes reabilitações. Quanto ao acesso ao tratamento dentário pela população em geral têm sido feitos progressos nos últimos anos, com os cheques-dentista e a colocação de dentistas nos centros de saúde, mas ainda há um grande caminho pela frente.
O implante dentário está mais acessível financeiramente?
Sim, os valores praticados hoje são mais pequenos. No meu caso, os valores que praticamos hoje são 30 a 40% mais baixos do que há 20 anos. Na nossa clínica, procuramos sempre uma solução de pagamento adequada às possibilidades de cada paciente, para que possa fazer o tratamento que realmente necessita, pois fazer uma reabilitação oral em fases não é uma boa opção.