Como descreve este período pandémico e o que isso influenciou a vossa forma de estar no mercado?
A Itamacus conta efetivamente com uma experiência de mais de uma década. Na verdade, o facto de ter dado os primeiros passos em plena crise de 2008- 2010 ajudou a criar uma estrutura suficientemente sólida e resiliente para encarar os novos desafios com alguma confiança. Em todo o caso, a situação de incerteza e instabilidade criada pela Covid-19 constitui uma novidade absoluta para qualquer agente no mercado e que aconselhará sempre a uma maior prudência e reflexão em relação ao património e aos futuros investimentos a realizar. Em síntese, a nossa forma de estar no atual mercado poderá traduzir-se em duas palavras: confiança e prudência.
Em que tipo de imóveis concentram, particularmente, o vosso interesse? Qual a vossa principal zona de atuação?
Antes da pandemia, existia uma enorme procura por imóveis urbanos e de localização central com vista à criação de espaços de AL (alojamento local). Entretanto, a quebra do turismo e o advento do teletrabalho parecem estar a dinamizar outro tipo de imóveis – rústicos e de localização mais isolada. Assim sendo, temos procurado diversificar a nossa carteira de investimentos. No fundo, temos procurado não ter apenas uma zona principal de atuação, mas antes várias.
Como analisa o mercado, atualmente, e a predisposição para o investimento?
O mercado atual é ainda feito de muitas incertezas. Uma nova estirpe do coronavírus pode ter um potencial disruptivo enorme. Assim sendo, a predisposição para o investimento tem sido substancialmente menor e sempre com uma maior atenção ao risco que cada negócio poderá representar. No entanto, existe uma vontade crescente de virar a página e regressar a um tempo com menos restrições.
A Itamacus divide a sua atuação entre a gestão de património imobiliário, a compra, venda e arrendamento de imóveis e os investimentos Golden Visa. Como classifica a importância de cada uma destas atividades para a empresa?
Sendo fiéis a uma matriz de diversificação de investimentos, cada uma dessas áreas de atuação tem a mesma importância que as demais. Num mercado cada vez mais competitivo, incerto e dinâmico, seria imprudente até privilegiar um segmento de mercado em função de outro.
A Itamacus foi distinguida com o selo Top 5% PME da Scoring. O que considera que levou a esta distinção? Considerando que esta distinção surge numa época de pandemia, que importância tem, particularmente?
Essa distinção – que muito nos honra – surge de um esforço permanente de tentar interpretar os próximos passos do mercado, de uma prudência de não esforçar demasiado as capacidades e a logística da empresa e da seriedade com que todo e cada negócio é encarado – independentemente da sua localização, parceiro ou contexto.
A retoma económica está efetivamente a concretizar-se, em Portugal? Como vê esta questão, particularmente aplicada à área do imobiliário?
Talvez ainda seja muito prematuro para aferir se a retoma económica está ou não a concretizar-se. No entanto, Portugal não deverá perder quaisquer das suas principais mais-valias com a pandemia. Para o investidor estrangeiro na área do imobiliário, seremos sempre um dos países mais procurados enquanto mantivermos dos melhores índices de segurança a nível global, preservarmos a nossa cultura e história de bem receber, de inclusão e de integração, tivermos uma sociedade o menos polarizada possível, soubermos explorar novas tecnologias, ideias e conceitos e, claro, continuemos a beneficiar de um clima tão simpático. Acrescendo a essas um maior esforço na desburocratização e na celeridade da Justiça, poderemos estar em condições de voos muito mais altos.
Como antecipa a Itamacus o próximo ano?
O ano de 2022 deverá iniciar ainda muito incerto, devido ao arrastar da pandemia e, sobretudo, pela circunstância de o país ter de ir a eleições e tentar formar um novo Governo. No entanto, a aplicação dos fundos de recuperação e resiliência deverão conferir uma maior estabilidade e dinâmica ao longo do ano. Nesse contexto, a Itamacus irá procurar manter o seu ADN de diversificação, tentando entrar também no mercado das residências universitárias e estando também atenta e recetiva a qualquer novo desafio ou proposta de negócio.