Um dos vossos lemas é “transformar casas em lares”. Como assim? O que os distingue?
Muitas das pessoas, quando vão reformara casa, vão à Internet e inspiram-se em várias referências e acreditam que é aquilo que querem para a sua casa. Mas desta forma a casa não iria refletir a real identidade dos seus
moradores, pois cada um tem a sua própria identidade, a sua forma de viver, a sua cultura, a sua personalidade, cada um foi criado de uma forma diferente… Essa é a diferença fundamental entre fazer a cópia de um projeto já existente – isso é uma casa, não há identificação da pessoa com o espaço – e um lar, em que a pessoa sente que chegou efetivamente ao seu espaço e existe uma identificação total com o mesmo. Uma casa não tem alma. Um lar sim.
Quão importante é conhecer em detalhe os gostos do cliente e as suas rotinas domésticas, para que os espaços se adequem às necessidades?
Sou arquiteta, designer de interiores, decoradora e especialista em Neurodesign e Psicoarquitetura, que é o estudo dos sentimentos que o ambiente nos transmite. O que fazemos é analisar o cliente e fazer perguntas para que possamos entrar no íntimo dele, conhecer aquilo que gosta, do que não gosta, que problemas técnicos e práticos encontra na sua casa e como são as suas rotinas, quer pessoais, quer profissionais. É um trabalho de muita proximidade com o cliente. O projeto é individual, é personalizado, é para aquele cliente, com as suas especificidades. O nosso trabalho é sermos intérpretes daquilo que o cliente nos transmite e nos mostra das suas emoções e traduzirmos isso na conceção de projetos.
Há quantos anos desenvolve o seu trabalho em Portugal? Ultimamente, nota uma mudança no mercado, relacionada com o tipo de clientes que procuram estes serviços?
Atuamos há cerca de 10 anos na área, e em Portugal há cinco anos. E sim, percebemos uma mudança muito expressiva nos clientes desde a pandemia, principalmente na busca das informações e referências para
realização de um projeto. Antes percebia-se muito a busca da estética para o outro, o que era tendência, ou o que estava na moda. Entretanto, após a pandemia percebemos uma mudança radical, muito além da estética, os
clientes procuram funcionalidade, personalidade, uma casa para eles e adaptada ao seu estilo de vida. Eles possuem um gosto muito mais crítico, falam sobre sensações, sobre cores, sobre a funcionalidade dos espaços. Porque a informação é abundante e as referências mudaram.
É um serviço acessível a todos os públicos?
Sim, acreditamos que um projeto é essencial para ter um plano bem definido de tudo aquilo que gostariam de ter, seja ele para qual público for. Afinal, não atingimos grandes conquistas sem um plano bem definido, por isso defendemos que um bom projeto é a base para resultados de excelência, sejam eles grandes ou pequenos. O que diferencia normalmente é como vão concretizá-lo, pois com o projeto em mãos conseguimos planear como vamos executá-lo, seja todo de uma vez ou por partes, tudo se adapta conforme as possibilidades de cada um.
Quais as tendências atuais, na área da decoração e arquitetura? O que procuram atualmente os clientes que escolhem trabalhar com o Studio Goulart?
Acho que a principal tendência atual é a busca por um refúgio nas nossas casas, um design leve e aconchegante. Seja através do uso de elementos naturais através do design biofílico, como madeiras, plantas, tons terrosos
e acastanhados, como também pela personalização. Além de tudo isso, os clientes que nos procuram na sua maioria estão em busca também de comodidade, pois oferecemos a possibilidade de fazermos todo o fornecimento e montagem dos móveis, toda a decoração, deixando tudo pronto para que o cliente só tenha mesmo de entrar em casa e usufruir. É um verdadeiro projeto chave na mão.
Que “marca” do Studio Goulart fica numa decoração ou num projeto de Arquitetura desenvolvido por vós?
Design duradouro, atemporal e completamente personalizado. Acreditamos que a base de um projeto tem de ser neutra e atemporal, pois estamos em constante evolução, os pensamentos e ideias que temos hoje
podem mudar completamente em cinco anos, 10 anos ou mais, e a nossa casa deve acompanhar essas mudanças, por isso possuir uma casa com design neutro na sua essência, faz com que possamos evoluir junto do mesmo. Assim, caso seja necessário alterar a decoração da casa, isso é fácil de fazer, já que basta mudar alguns objetos, algumas almofadas ou mantas e a casa fica com outra aura. A identidade da casa está nos elementos que a compõem, e nas pessoas que nela vivem.