Tree Flowers Solutions: Biotecnologia natural de Trás-os-Montes

A Tree Flowers Solutions é uma empresa vanguardista de biotecnologia, que acredita que na Natureza se encontram muitas das soluções para uma indústria vinícola mais saudável e sustentável. A prova disso é o Chestwine, um produto exclusivo e desenvolvido internamente que é utilizado em Portugal e internacionalmente. A empresa diversificou, entretanto, as suas áreas de atividade, sendo a inteligência artificial, o setor agroalimentar e o têxtil as suas próximas apostas. O engenheiro João Gonçalves, líder da empresa, acredita que a sua localização, em Trás-os-Montes, é a ideal, dada a sua proximidade com instituições académicas de alto teor investigativo, sem deixar de mencionar a qualidade de vida aí existente.

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Que importância tem, para o setor vinícola, o desenvolvimento de conservantes naturais?

O nosso objetivo primordial é oferecer soluções mais saudáveis e sustentáveis para a indústria vinícola. Nos últimos anos, temos observado uma crescente tendência no setor vinícola, onde os produtores expressam a intenção de reduzir ou mesmo eliminar o uso de dióxido de enxofre (So2), especialmente em resposta às preocupações europeias em relação a este conservante. Esta preocupação está alinhada com as práticas de produtores de vinhos naturais e biodinâmicos, que muitas vezes enfrentam desafios ao exportar, devido à necessidade de preservar a qualidade e estabilidade dos vinhos sem o uso extensivo de sulfitos. Além disso, vale a pena mencionar as vantagens em termos de saúde para os consumidores. A redução da ingestão de SO2,
presente não apenas nos vinhos, mas em diversos produtos consumidos diariamente, alinha-se com as
recomendações da Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (EFSA). Isso destaca não apenas a procura por soluções mais sustentáveis, mas também a consideração pela saúde do consumidor e a adesão a políticas biológicas globais.

Do ponto de vista técnico e tecnológico, que capacidade tem a Tree Flowers Solutions para se manter na vanguarda do setor? Existe um departamento de I&D próprio?

A Tree Flowers Solutions está firmemente empenhada em manter-se na vanguarda do setor, sobretudo do ponto de vista técnico e tecnológico, e investe estrategicamente para garantir uma posição destacada em biotecnologia. Destacamos algumas das capacidades que nos permitem liderar neste cenário dinâmico: equipa Altamente Qualificada; ligação à Academia; laboratórios equipados; compromisso com a sustentabilidade – investimos em pesquisa e desenvolvimento para criar produtos e processos que atendam aos mais altos padrões de qualidade; desenvolvimento contínuo da equipa e expansão da mesma – estamos em processo de expansão da nossa equipa, visando agregar mais talentos e perspetivas.

Estas soluções são comercializáveis além-fronteiras?

Sim, as soluções desenvolvidas pela Tree Flowers Solutions são altamente comercializáveis além-fronteiras, refletindo o nosso compromisso com a expansão global. Temos licença europeia para a comercialização do nosso produto exclusivo – Chestwine – em diversos países dentro da União Europeia, fazemos testes rigorosos e provas
científicas ao Chestwine, que atestam a sua qualidade e eficácia e estamos em processo de políticas sustentáveis e verdes, certificação pela OIV (Organização Internacional da Vinha e do Vinho) e pela FDA (Administração de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos).

Quais as vantagens da utilização destes produtos naturais no setor vinícola, já comprovadas?

A utilização de ingredientes naturais no setor vinícola pela Tree Flowers Solutions demonstrou benefícios
significativos. Além de preservar a qualidade do vinho, esses produtos têm mostrado contribuir para a autenticidade do terroir, preservando os aromas, sabores e cores distintivos de cada casta. A comprovação dessas vantagens reforça a nossa missão de proporcionar soluções mais saudáveis para a indústria vinícola.

Que projetos têm atualmente em curso que alargam a vossa presença no setor das bebidas, mas também da cosmética?

Nos últimos dois anos, a Tree Flowers Solutions colaborou num projeto inovador com entidades e empresas destacadas como Fermentum, Cerveja Letra, Grupo Super Bock, CIMO (Centro de Investigação de Montanha) e More Colab do grupo BIOB. O foco principal deste projeto foi a criação de um produto natural com capacidade antioxidante, visando prolongar a validade das cervejas do estilo IPA, proporcionando uma solução única e
sustentável para o setor de bebidas. Além deste projeto, a nossa presença continua a expandir-se com iniciativas como o Natfoodcoating (agroalimentar), o Preserve Formula (têxtil), o TextBlueStyle (têxtil), entre outros.

Os recursos humanos altamente qualificados são difíceis de reter e muito difíceis de encontrar. Que política desenvolvem para que estes ativos se mantenham na empresa?

Em primeiro lugar, investimos significativamente no bem-estar e na qualidade de vida dos nossos colaboradores. Além de oferecer um ambiente de trabalho positivo, promovemos políticas que visam o equilíbrio entre vida profissional e pessoal, incentivando um ambiente saudável e produtivo. A remuneração dos nossos colaboradores altamente qualificados está acima da média do mercado. Implementamos programas de incentivo e benefícios que visam não apenas recompensar o desempenho excecional, mas também promover a motivação e satisfação no trabalho. Para fortalecer ainda mais a ligação com os colaboradores, estabelecemos parcerias estratégicas e
colaboramos com fundos de investimento de capital de risco, o que transmite a mensagem de que a TFS é considerada uma empresa potencialmente bem-sucedida e inovadora. Além disso, a nossa empresa é conhecida por estar alinhada com politicas verdes e sustentáveis.

Parece-lhe que, caso Portugal desenvolvesse uma maior ligação entre as empresa e indústrias e a academia, teria mais hipóteses de se posicionar tecnologicamente e tornar-se num dos países de vanguarda de soluções laboratoriais?

Sem dúvida, uma maior ligação entre as empresas, indústrias e academia em Portugal poderia posicionar o país como líder tecnológico, não apenas na biotecnologia, mas em diversas áreas científicas. A Tree Flowers Solutions acredita firmemente que a colaboração estreita entre o setor privado e as instituições académicas resultaria em inovações mais rápidas e impactantes. Esta sinergia fortaleceria a competitividade nacional e contribuiria para o desenvolvimento do país.

Trás-os-Montes tem potencial para a fixação de empresas como a Tree Flowers Solutions? Que características apresenta a região que contribuem para esta fixação?

A região de Trás-os-Montes oferece um ambiente propício para a fixação da Tree Flowers Solutions. O IPB e o CIMO destacam-se na área de biotecnologia, contribuindo significativamente para o desenvolvimento da empresa. Além disso, a região apresenta características únicas que tornam atrativa a permanência da TFS. Destaca-se, em especial, a qualidade de vida que Trás-os-Montes proporciona, aliada a custos mais acessíveis em comparação com regiões do litoral.

Existem outras áreas, além da vinícola e da cosmética, que serão apostas nos próximos anos?

A Tree Flowers Solutions já está a trabalhar em novas áreas, como têxtil, agroalimentar e inteligência artificial (IA), demonstrando uma diversificação estratégica para além dos setores vinícola e cosmético, promovendo a expansão e a inovação contínua. Dentro deste contexto, é relevante destacar o nosso mais recente projeto, o Bio4Drinks. Este projeto consiste no desenvolvimento de um extrato para a conservação natural de cervejas
artesanais, especialmente as do estilo IPA. O objetivo é controlar de forma natural a oxidação, permitindo assim uma extensão significativa do tempo de conservação sem alterar o sabor, aromas e estrutura da cerveja. Este projeto foi realizado em copromoção entre a Tree Flowers Solutions, o IPB, o Grupo Super Bock, Fermentum (Cerveja Letra) e o More Colab de Bragança, do grupo BIOB. Estamos extremamente satisfeitos com os resultados obtidos e planeamos dar continuidade ao projeto, visando uma escala global. Já em 2024/25, planeamos alargar os testes a países como Itália, Espanha, Alemanha e Hungria numa primeira fase.

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